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Reflexão – Coragem e Confiança em Deus: A Missão de Anunciar o Evangelho e Evitar a Luta Contra o Altíssimo

Vivemos tempos desafiadores. A cada dia somos confrontados com situações que exigem decisões, firmeza e fé. As leituras propostas para este dia nos iluminam com duas verdades essenciais para a vida cristã:

  1. Precisamos viver e anunciar o Evangelho com coragem e confiança.
  2. Devemos ter discernimento espiritual para não resistirmos ao próprio Deus.

Essas verdades nos são apresentadas de modo profundo na primeira leitura (Atos 5,34-42) e no Evangelho de João (6,1-15). Ambas nos conduzem a uma reflexão que deve ecoar em nosso coração: como estou respondendo ao chamado de Deus? Tenho me colocado como instrumento de Seu Reino ou, sem perceber, tenho resistido à Sua vontade?

1. Coragem e alegria diante da perseguição

Os apóstolos, após anunciarem Jesus Cristo com ardor, foram presos e açoitados. E, ao serem libertos, não se queixaram. Ao contrário: “saíram muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus” (At 5,41). Que lição!

Santa Teresa d’Ávila, doutora da Igreja, certa vez afirmou: “Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa. Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta.” Os apóstolos viviam com essa convicção. Eles sabiam que sofrer por Cristo era graça e não derrota.

Na vida prática, seremos confrontados com desafios ao expressar nossa fé: no ambiente de trabalho, em nossas famílias, nas redes sociais. Coragem não é a ausência do medo, é a decisão de permanecer fiel mesmo diante do risco. Jesus já havia advertido: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10,22).

2. A confiança no Deus que providencia

No Evangelho de João, Jesus vê a multidão faminta e pergunta a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?” (Jo 6,5). A resposta de Filipe mostra sua preocupação humana e limitada. Mas Jesus já sabia o que faria. Um menino aparece com cinco pães e dois peixes, e com isso, Jesus realiza a multiplicação.

Santo Agostinho nos lembra: “Confia no Senhor teu Deus de todo o coração e não te apóies em tua própria inteligência.” (cf. Pv 3,5). Quantas vezes nós, como Filipe, olhamos para nossas faltas, esquecendo que o pouco entregue a Deus pode saciar multidões!

Quantas vezes você já sentiu que seus recursos, suas forças, sua disposição espiritual eram insuficientes? Lembre-se: Jesus não precisa de muito. Ele precisa da entrega sincera. A providência divina começa onde nossa capacidade se esgota.

3. Cuidado para não lutar contra Deus

O conselho de Gamaliel é um dos trechos mais sábios das Escrituras: “Se este projeto ou esta atividade é de origem humana, será destruído. Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” (At 5,38-39).

Quantas vezes, por orgulho, opinião própria, ou teimosia espiritual, nos colocamos contra os planos de Deus? Às vezes, não ouvimos os sinais, as correções, os alertas. Preferimos manter nosso plano, mesmo que ele contradiga a vontade divina.

São João da Cruz dizia: “Para vir a saborear tudo, não queiras ter gosto em coisa alguma. Para chegares a possuir tudo, não queiras possuir coisa alguma.” Renunciar ao controle, à opinião formada, é necessário para deixar Deus agir.

Na prática, isso se traduz em exercitar a escuta, a obediência e o discernimento. Antes de reagir ou decidir, pergunte-se: isso é de Deus ou é da minha vontade? Estou agindo com humildade ou resistindo por orgulho?

4. O sustento espiritual: a oração e a morada com Deus

O salmo 26 é uma joia da confiança. “Ao Senhor eu peço apenas uma coisa: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida” (Sl 26,4). Tudo nasce da oração. Tudo se sustenta na oração. Tudo é guiado pela oração.

A vida de santidade é viver em Deus. Santa Teresinha dizia: “Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar para o céu, um grito de reconhecimento e amor tanto no meio da prova quanto na alegria.”

Se você deseja ter coragem, não lute sozinho. Se quer discernimento, não se isole da escuta. Reze. Leia a Palavra. Busque os sacramentos. Esteja em comunidade. A perseverança está em “esperar no Senhor com coragem” (Sl 26,14).

Conclusão

As leituras de hoje são um convite claro: coragem para anunciar e humildade para não resistir a Deus. O Evangelho nos garante: quem se entrega com fé, mesmo com pouco, é saciado e sacia multidões. E, como Gamaliel nos lembra, não se combate Deus sem consequências.

Vivamos como filhos obedientes, anunciadores firmes e corações confiantes.

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