Você já se pegou dizendo coisas como:
“Eu sempre começo, mas não termino…”
“Parece que algo dentro de mim me impede de seguir em frente…”
“Eu até sei o que tenho que fazer, mas não consigo…”
Se essas frases ecoam em sua mente, você está diante de um velho conhecido da mente humana: a autossabotagem.
Neste artigo, vamos mergulhar no funcionamento desse fenômeno, suas raízes emocionais e, acima de tudo, como superá-lo com estratégias práticas e ciência comportamental aplicada. Esta é uma leitura baseada em fundamentos sólidos da psicologia moderna, neurociência e coaching, extraídos de grandes obras como:
- Mindset – A Nova Psicologia do Sucesso, de Carol Dweck
- O Poder da Ação, de Paulo Vieira
- Seja Foda!, de Caio Carneiro
O que é autossabotagem e por que ela acontece?
Autossabotagem é o conjunto de comportamentos inconscientes que impedem uma pessoa de atingir seus objetivos, mesmo quando ela deseja profundamente alcançá-los.
Esses comportamentos podem vir disfarçados de procrastinação, perfeccionismo, falta de foco, esquecimento de compromissos ou até mesmo comportamentos autodestrutivos.
Mas por que isso acontece?
Carol Dweck aponta que a crença de que nossas capacidades são fixas pode nos levar a evitar desafios — como se errar significasse fracassar de forma definitiva. Já Paulo Vieira explica que a autossabotagem é sustentada por uma combinação de três crenças:
- Identidade – quem você acredita que é
- Capacidade – o que acredita que pode fazer
- Merecimento – o que acredita que merece ter
Quando essas crenças estão distorcidas, mesmo as pessoas mais preparadas se sentem bloqueadas, impotentes ou com medo de ter sucesso.

O ciclo da autossabotagem
A maioria das pessoas entra em um loop emocional que alimenta o comportamento autossabotador. Veja como ele funciona:
- Pensamento limitante: “Eu não sou bom o suficiente.”
- Emoção negativa: medo, vergonha, ansiedade
- Ação incongruente: procrastinar, desistir, se isolar
- Resultado ruim: reforça a crença original, perpetuando o ciclo
A chave para romper esse ciclo está na reprogramação mental e na construção de novas crenças com base em ação prática, como propõe Paulo Vieira.
Como reprogramar a mente e assumir o controle
A boa notícia é que o cérebro pode ser treinado. A neurociência já comprovou a plasticidade cerebral: é possível criar novas conexões neuronais com repetição e intenção.
🧠 Passo 1: Identifique os sabotadores internos
Anote os pensamentos recorrentes que surgem quando você está prestes a dar um passo importante.
Exemplo: “E se não der certo?”, “Já tentei antes”, “Sou um impostor”.
💬 Passo 2: Mude o padrão linguístico
Paulo Vieira ensina a substituir o padrão limitante por declarações de poder.
De: “Eu não consigo manter o foco.”
Para: “Eu foco no que importa e termino o que começo.”
🔄 Passo 3: Reforce com visualizações diárias
Visualize seu objetivo como se já fosse real. Lembre-se: para o cérebro, real e imaginado geram o mesmo impacto emocional e químico.
🧭 Passo 4: Estabeleça metas pequenas com execução consistente
Carol Dweck destaca a importância do mindset de crescimento, onde o erro é parte do aprendizado, não prova de fracasso.
A armadilha da comparação e a coragem de ser imperfeito

A comparação é uma das maiores aliadas da autossabotagem. Vivemos numa cultura onde o sucesso é exibido, mas a jornada é ocultada.
Caio Carneiro, em Seja Foda!, nos lembra:
“Se você tem clareza do que quer, o ‘como’ aparece com o tempo. Mas se você vive olhando para o outro, você perde a sua rota.”
Tenha coragem de ser imperfeito. De tentar mesmo com medo. De continuar mesmo depois de errar.
Como manter o novo padrão com consistência
🔸 Tenha uma rotina de mentalidade: leitura, oração, journaling ou meditação.
🔸 Cerque-se de pessoas com mindset construtivo.
🔸 Recompense suas pequenas vitórias: cada passo merece ser reconhecido.
🔸 Evite autocrítica exagerada: aprenda a se tratar como trataria um amigo.
🔸 Participe de grupos e treinamentos que reforcem sua nova identidade.
Conclusão: Você é maior que seus sabotadores
Autossabotagem não é sinal de fraqueza, mas de um sistema de crenças desatualizado. Você não precisa lutar contra si mesmo todos os dias.
Você pode se tornar seu maior aliado.
Para isso, precisa:
- Reprogramar sua mente com constância
- Assumir a responsabilidade por sua mudança
- E, acima de tudo, agir — mesmo com medo
Como diria Paulo Vieira:
“Tem poder quem age. E mais poder ainda quem age certo e massivamente.”
A transformação não começa quando você está 100% pronto. Ela começa quando você decide que já chega.