No início da Semana Santa, a liturgia nos conduz à casa de Lázaro, Marta e Maria, em Betânia, onde Jesus encontra um lar de amizade e acolhimento. Neste ambiente, Maria realiza um gesto de profundo amor: unge os pés de Jesus com um perfume precioso e os enxuga com seus cabelos. Este ato, criticado por Judas, é defendido por Jesus como uma antecipação de sua sepultura.

Este episódio nos convida a refletir sobre a qualidade de nossa relação com Cristo. Será que nosso coração é uma Betânia para Jesus? Nos aproximamos d’Ele por amor e amizade ou por temor e obrigação?
A casa de Betânia: um lar de amizade com Jesus
Betânia era um lugar especial para Jesus. Ali, Ele encontrava descanso, amizade sincera e acolhimento. A casa de Lázaro, Marta e Maria simboliza o coração que se abre para receber o Senhor, não por interesse, mas por amor. Maria, ao ungir os pés de Jesus, expressa sua devoção e reconhecimento da dignidade divina de Cristo.
Este gesto nos desafia a examinar se temos oferecido a Jesus o melhor de nós: nosso tempo, atenção, dons e, sobretudo, nosso amor sincero.
Maria e Judas: dois corações, duas atitudes

O contraste entre Maria e Judas é marcante. Maria oferece generosamente um perfume caro, símbolo de seu amor e entrega total. Judas, por outro lado, critica o gesto, preocupado com o valor material do perfume. Sua atitude revela um coração fechado, incapaz de compreender o valor do amor gratuito.
Este contraste nos leva a refletir sobre nossas próprias atitudes. Estamos mais preocupados com o que podemos ganhar ou perder, ou estamos dispostos a nos doar plenamente a Jesus?
Aproximar-se de Deus por amor, não por medo
A amizade com Jesus deve ser motivada pelo amor, não pelo medo do castigo. Maria nos ensina que a verdadeira devoção nasce do reconhecimento da presença amorosa de Deus em nossa vida. Seu gesto é uma resposta de gratidão e amor, não de obrigação.
Tornar nosso coração uma Betânia para Jesus

Assim como a casa de Lázaro, Marta e Maria foi um lar acolhedor para Jesus, somos chamados a transformar nosso coração em um lugar onde Ele possa habitar. Isso implica cultivar a oração, a escuta da Palavra, a caridade e a abertura ao próximo.
Ao fazer de nosso coração uma Betânia, permitimos que Jesus esteja presente em nossa vida cotidiana, guiando nossas ações e fortalecendo nossa fé.
Conclusão
A liturgia de hoje nos convida a examinar a qualidade de nossa amizade com Jesus. Somos desafiados a oferecer a Ele o melhor de nós, não por obrigação, mas por amor sincero. Que possamos afastar de nosso coração atitudes egoístas e nos abrir à generosidade e ao amor gratuito.
Que nesta Semana Santa, nosso coração seja uma Betânia para Jesus: um lugar de acolhimento, amizade e amor verdadeiro.
Ao nos aproximarmos de Jesus com um coração livre e amoroso, experimentamos a verdadeira alegria da fé. Nosso relacionamento com Deus se torna uma fonte de paz e realização, não um fardo.