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Reflexão – Reconhecer Jesus nas Dores e nas Alegrias: Um Chamado à Abertura ao Espírito Santo

Jesus Cristo

Quantas vezes, no meio da dor, da dúvida ou da solidão, deixamos de perceber que o Senhor está caminhando conosco?
A liturgia deste sábado da Oitava da Páscoa (At 4,13-21 e Mc 16,9-15) nos provoca a refletir sobre essa realidade tão presente em nossa vida espiritual.

Jesus se manifesta de muitas formas

O Evangelho segundo São Marcos narra que o Cristo ressuscitado apareceu várias vezes aos seus amigos — a Maria Madalena, aos discípulos a caminho do campo, e depois aos onze reunidos — e ainda assim, eles custaram a reconhecê-Lo.

Quantas vezes nós também não enxergamos o Senhor, mesmo quando Ele nos visita?

Maria Madalena, dilacerada pela dor, confundiu Jesus com um jardineiro (Jo 20,15). Os discípulos de Emaús caminharam lado a lado com Ele sem perceberem que era o Ressuscitado (Lc 24,16). E mesmo os apóstolos, que conviveram com Ele, duvidaram diante de Sua presença.

Isso revela que a dor, o medo e o fechamento do coração nos impedem de reconhecer a ação de Deus.

O Espírito Santo é quem abre nossos olhos

A incapacidade dos discípulos de reconhecer o Ressuscitado mostra uma necessidade urgente: sermos abertos ao Espírito Santo.

É o Espírito que ilumina o nosso entendimento e aquece o nosso coração para percebermos a presença viva de Jesus em todas as circunstâncias. Como nos ensina São Paulo:

“O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus” (1Cor 2,14).

Sem a ação do Espírito, nossa visão espiritual se torna opaca.
Por isso, é preciso cultivar uma vida de oração, sacramentos e meditação da Palavra. Só assim reconheceremos o Senhor mesmo nas horas mais difíceis.

Jesus visita nossa agonia

Deus não visita apenas os momentos de vitória.
O Ressuscitado se faz presente também nos momentos de agonia, solidão e crise. É nessas horas que Ele vem ao nosso encontro de maneira silenciosa e, muitas vezes, inesperada.

Como escreveu Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein):

“O Senhor está tão perto de nós na dor que Ele mesmo a carrega conosco.”

Na agonia de uma perda, na angústia de uma doença, na solidão de uma noite difícil — Ele está ali. Mas para percebê-Lo, é necessário ter o coração atento e confiante.

O perigo da dureza de coração

A liturgia também nos alerta para o perigo da obstinação.
Pedro e João foram interrogados e ameaçados (At 4,13-21), mas mesmo assim, com coragem, disseram:

“Não podemos nos calar sobre o que vimos e ouvimos.”

Em contraste, muitos líderes religiosos da época endureceram seus corações. Mesmo diante dos sinais, preferiram a incredulidade.

Hoje, o mesmo risco nos ronda: endurecer o coração diante das visitas de Deus. Fechar-se na dor, na decepção, no orgulho ou na rotina espiritual pode nos tornar cegos para o Cristo vivo.

Como reconhecer o Senhor nas nossas visitas diárias?

Aqui estão algumas atitudes práticas para nossa vida:

Vida de Oração – Mesmo quando não sentimos nada, insistir na oração abre espaço para que o Espírito atue.

Confiança na Providência – Crer que Deus nunca nos abandona, mesmo que nossos olhos não O vejam.

Olhar atento – Reconhecer a presença de Jesus no irmão, no pobre, na Palavra, na Eucaristia, na paz inesperada.

Memória espiritual – Lembrar dos momentos em que o Senhor já nos socorreu fortalece nossa fé para o presente.

Desejo de vê-Lo – Pedir como Bartimeu: “Senhor, que eu veja!” (Mc 10,51). Quem pede recebe.

Testemunhas do Ressuscitado

Por fim, a liturgia nos recorda: somos enviados a testemunhar.
Depois de reconhecê-Lo, não podemos guardar a alegria para nós. Somos chamados a anunciá-Lo — na família, no trabalho, nas redes sociais, com nossa vida.

Como diz São João Paulo II:

“Cristo ressuscitado é a certeza de que o amor é mais forte do que a morte, e que nada é inútil na nossa vida.”

Que hoje possamos fazer a escolha de manter nossos olhos e corações abertos, mesmo nos momentos difíceis.
Que reconheçamos Jesus no partir do pão, no irmão e na caminhada da vida.
E que possamos ser instrumentos da Sua presença para os outros.

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