A resposta cristã à pergunta essencial: por que fazemos o que fazemos?
Vivemos em um tempo onde produtividade é confundida com realização, e sucesso externo é muitas vezes sinônimo de vazio interior. A reflexão proposta por Mario Sergio Cortella, no livro “Por que fazemos o que fazemos?”, nos provoca a resgatar o valor do sentido nas nossas escolhas, atitudes e rotina.
No entanto, para quem vive à luz da fé, essa pergunta ganha uma profundidade ainda maior: Por que fazemos o que fazemos… à luz de Cristo?

1. Entre o ativismo e a vocação: onde está o propósito?
Muitos vivem no automático, cumprindo tarefas sem refletir se aquilo realmente os move. Cortella nos alerta sobre os riscos da vida sem intencionalidade. De modo semelhante, Jesus, no Evangelho, constantemente chamava seus discípulos a um realinhamento interior — uma conversão do fazer para o ser.
Não basta fazer muito, se aquilo que fazemos não nos aproxima de nossa vocação. O trabalho, a rotina e até o sofrimento podem ter sentido quando oferecidos por amor a Deus e ao próximo.
2. O sentido que se constrói na fé
O autor destaca que sentido não se encontra pronto: ele se constrói. A espiritualidade cristã ensina que esse processo de construção está diretamente ligado à nossa escuta da Palavra e à abertura ao Espírito Santo.
“Se permanecerdes na minha palavra, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (Jo 8,31-32)
Ou seja, a liberdade verdadeira nasce quando unimos fé e propósito. Viver para Cristo nos tira do vazio e nos insere numa missão que dá sentido ao hoje e à eternidade.
3. Liberdade interior: a chave para viver com sentido
Cortella nos convida a romper com o “modo rascunho”, aquele estado em que vamos empurrando a vida sem direção clara. A fé cristã também combate essa mediocridade espiritual, pois o Evangelho é sempre chamado à plenitude: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito.” (Mt 5,48)
Dessa forma, liberdade não é fazer tudo o que se quer, mas ter clareza do que se faz e para quem se faz. A liberdade interior é fruto da coerência entre convicção e ação. E isso só é possível quando nossa identidade está fundamentada em Cristo.

4. Fé e vocação: da teoria à prática diária
A grande diferença entre o ativismo estéril e uma vida com propósito é a fé que orienta nossas escolhas. No livro, Cortella fala da importância de ter um “para quê”. Para o cristão, o “para quem” é ainda mais decisivo.
Trabalhamos, educamos nossos filhos, servimos, evangelizamos, não apenas por realização pessoal, mas porque reconhecemos que tudo é dom e missão.
O sentido da vida está em ofertá-la. E nesse movimento de doação é que se revela a liberdade verdadeira, aquela que não se mede pelo controle que temos, mas pela entrega que fazemos.
5. A clareza que impede o cansaço da alma
Uma das ideias centrais da obra de Cortella é que o cansaço não vem do excesso de trabalho, mas da ausência de significado. Espiritualmente, isso é muito real. Quando não sabemos por que servimos, por que lutamos ou por que resistimos ao mal, qualquer esforço se torna pesado demais.
Jesus nos ensina:
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 11,28)
Cristo é o descanso das almas inquietas. É Nele que encontramos o propósito, a paz e o equilíbrio entre fazer e ser.
Conclusão: Quando fé e sentido se encontram, nasce a liberdade
A pergunta “Por que fazemos o que fazemos?” não deve ser apenas filosófica, mas existencial e espiritual. No encontro entre a proposta de Cortella e a fé cristã, encontramos uma chave poderosa: a liberdade de viver com sentido nasce quando sabemos que nossa vida está nas mãos de Deus.
Portanto, no blog Disruptor de Vidas, essa é a nossa missão: ajudar outros a romperem com a mediocridade, o vazio e o automatismo, e entrarem na lógica da graça, da entrega e da missão.
Que possamos viver com propósito, fé e liberdade verdadeira.
“Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim.” (Gl 2,20)