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Reflexão – “Ouve, ó Israel”: A escuta que leva ao amor e o amor que conduz ao Reino

Amar a Deus e ao proximo este oe i caminho

A Liturgia desta sexta-feira da 3ª semana da Quaresma é um chamado de Deus ao retorno, à escuta, à contemplação e ao amor. É uma convocação não a rituais externos, mas a um relacionamento profundo e vivo com o Senhor. As três leituras de hoje caminham juntas e nos revelam a centralidade do coração atento, disponível e amoroso diante de Deus.

Ninguém esta dispensado da vida Contemplativa.

“Volta, Israel!” – Um convite à conversão que cura

Na Primeira Leitura, o profeta Oséias, em nome de Deus, suplica ao povo: “Volta, Israel, para o Senhor, teu Deus, porque estavas caído em teu pecado.” (Os 14,2). É uma súplica carregada de misericórdia, não de condenação. Deus não quer simplesmente punir, mas curar. Ele mesmo diz: “Hei de curar sua perversidade e me será fácil amá-los.”

Esse trecho nos lembra que a conversão é antes de tudo um movimento de retorno ao amor de Deus, que já nos espera com os braços abertos. É deixar de lado os ídolos – inclusive os ídolos modernos do ativismo, da produtividade, da pressa – e voltar o coração ao essencial: a comunhão com Aquele que é a fonte da vida.

“Ouve, ó Israel…” – O início de todo verdadeiro amor

No Evangelho de hoje (Mc 12,28-34), Jesus responde ao mestre da Lei com uma fórmula clássica do Antigo Testamento: “Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” A escuta é o primeiro passo do amor. Antes de amar, é preciso ouvir. Antes de servir, é preciso contemplar. Antes de fazer, é preciso ser.

Jesus revela que amar a Deus com todo o coração, toda a alma, todo o entendimento e todas as forças – e ao próximo como a si mesmo – resume toda a Lei e os Profetas. Isso não é apenas uma doutrina. É um estilo de vida. Uma espiritualidade que nasce da escuta e floresce no amor concreto.

Mas como amar a Deus de todo o coração em um mundo que disputa cada pedaço do nosso tempo? Como amar sem cair no ativismo, na superficialidade, ou no automatismo religioso?

A vida contemplativa: o tempo de Deus em nós

Aqui entra a chave da nossa reflexão: só quem tem tempo para Deus pode verdadeiramente amá-Lo. O amor não se improvisa. Ele requer intimidade. E intimidade só se constrói com presença constante, escuta atenta e silêncio fecundo. Por isso, a vida contemplativa – mesmo para os leigos no mundo – é essencial para que a fé cresça e amadureça.

Contemplar não é ficar inativo, mas dar prioridade ao essencial, fazer silêncio interior para ouvir a Palavra, meditar, adorar, dialogar com Deus. Como dizia Santa Teresa de Ávila: “A oração é um trato de amizade com Aquele que sabemos que nos ama.”

O mundo moderno nos empurra para o fazer constante. Deus, porém, nos chama ao ser diante Dele, para que nossas ações nasçam da escuta e do amor, e não do medo ou da vaidade.

“Tu não estás longe do Reino de Deus”

Só o amor conduz ao Reino dos céus.

Jesus elogia o mestre da Lei pela sua resposta inteligente e amorosa, dizendo: “Tu não estás longe do Reino de Deus.” Mas ainda não o declara dentro do Reino. Por quê?

Porque compreender é importante, mas amar é mais. E amar exige mais do que palavras ou compreensão racional. Exige tempo, decisão, fidelidade. Estar “não longe” é um convite a dar o passo final: o passo da escuta que se transforma em contemplação e a contemplação que se desdobra em amor vivido.


Conclusão: escutar, contemplar, amar – o caminho do Reino

Amado hoje o Senhor te convida — e a todos nós — a renovar a escuta. A silenciar as muitas vozes do mundo para ouvir Aquele que diz: “Eu sou o Senhor, teu Deus.” O amor que Ele nos pede não é teórico. É um amor encarnado, que nasce do tempo gasto com Ele e com os irmãos.

Quem escuta com o coração, ama de verdade. Quem ama com verdade, caminha seguro rumo ao Reino

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